Cássia Eller - Uma homenagem



No dia 10 de dezembro desse ano ela faria 49 anos e com certeza ainda estaria cantando muito e sendo trilha sonora de várias histórias de amor, como até hoje, mesmo após sua morte, ainda o é.
Não lembro exatamente como conheci as músicas de Cássia Eller, é como se desde sempre já fizesse parte da minha vida. Mas quando penso nela, a primeira imagem que me vem à cabeça é "Malandragem", que tocava na novela Malhação (na sua fase boa) e eu, uma mera adolescente, me encontrava naquela letra.

Essa é a primeira recordação que tenho da presença de Cássia em minha vida. Em uma época que internet era algo ainda muito longe da minha realidade (tanto por falta de condições financeiras quanto geográficas) o jeito de acompanhar a trajetória de sua vida se dava através das revistas (emprestadas), dos jornais que lia na biblioteca da escola e pela televisão. Obrigada, MTV e TV Cultura, por todos os especiais, hehe.

CD também era um luxo do qual eu não podia ter sempre então o jeito era ficar com o rádio ligado o tempo todo e a extinta Fita K7 (sim, ainda faço parte dessa época) no gatilho para dar o REC quando começava os acordes de seu violão. As regravações de Renato Russo, Cazuza entre tantos outros poetas que, assim como ela, já se foram, embalavam minhas noites solitárias em casa deitada na cama apenas olhando para o teto.



Por incrível que pareça, o primeiro cd dela que fui ter era uma coletânea que vinha com seus maiores sucessos. Escutei tanto que o cd arranhou, rs. São daqueles objetos que você leva com você para a vida toda e não empresta nem por decreto devido ao valor sentimental que carrega e que, mesmo nessa época de mp3 e downloads que vivemos hoje, você ainda faz questão de, ao menos uma vez, colocar no aparelho de som para tocar.

Cássia chegou a fazer um show em minha cidade mas, como era adolescente e vivia sob as regras de meus pais, não fui permitida a ir. E pensar que aconteceu apenas um ano antes de sua morte. E o ano seguinte veio. 2001. Há dez anos atrás. Férias, final de ano e eu iria com a família para o Rio de Janeiro. Havia um show dela programado para ser na praia na noite da virada. Eu finalmente conseguiria assisti-la. Meu coração pulava de felicidade.



Pois é... dezembro de 2001.

No dia 29 e dezembro de 2001, eu, nos meus 17 anos, em férias no Rio de Janeiro escuto o famoso barulhinho do plantão da Globo informar que Cássia havia sido levada às pressas para o hospital com suspeitas de ataque cardíaco. Em seguida, outra notícia informando sua morte.

Não lembro se chorei na hora, mas a tristeza era profunda. O fato estava ali: Cássia havia deixado nosso mundo e nunca mais ouviríamos sua voz ao vivo ou a veríamos à cores. Teríamos que nos contentar com as gravações existentes até aquele dia.

No dia da virada, quem cantou em seu lugar foi Zélia Duncan que, emocionada, quase não conseguiu passar da segunda música.

Daqui alguns dias serão 10 anos sem Cássia, 10 anos sem Malandragem, 10 anos sem suas performances, 10 anos sem sua voz, 10 anos sem sua alma. Serão 10 anos de lembrança.

2011 – Enxugando as lágrimas com os lançamentos que nos alegrou o natal

Em homenagem à Cássia, algumas gravadoras resolveram relançar seu trabalho de oito anos de história. Para aqueles que não conheceram (e devem) sua voz no início de carreira, das fabulosas gravações e regravações que fez, foi lançado a “Caixa Eller”, uma coletânea com 9 cds que mostram seus oito anos de carreira começando com “Cássia Eller”, de 90, indo até o póstumo “10 de Dezembro”, lançado pelo Nando Reis. A caixa acompanha também o DVD “Violões”, com compilações de programas da TV Cultura entre 90 e 99.


Seu grande amigo Nando Reis relançou o cd “Relicário” com músicas que ele escreveu para Cássia e cantadas por ela. O cd vem com três músicas inéditas entre elas “As coisas tão mais lindas”, “Um tiro no coração” e “Baby Love”. Ele também pretende lançar um livro com cartas que mandou para Cássia, desenhos e junto virá um cd com demos inéditas que fez com ela e que nunca chegaram a ser gravadas. O livro ainda não tem data de lançamento, mas esperamos que seja logo... ao menos eu espero =)

Além de Nando, mais dois projetos sobre a vida dela estão sendo produzidos. Um é o dvd “A luz do sol”, da Universal, em que lançarão um show que Cássia fez no Citibank Hall, no Rio, e que dizem ser um dos seus mais relevantes trabalhos. O segundo é um documentário sobre sua vida feito pelo documentarista Paulo Henrique Fontenelle, que será lançado em 2012, quando ela completaria 50 anos.


O que eu amava em Cássia, era o fato de ser ela mesma. Odiava as câmeras e dizia isso, se sentia nervosa se tivesse que cantar sozinha, tinha uma amor gigante pela sua mulher, batalhou na vida até conseguir chegar onde queria e tinha tanta vontade de ser mãe que engravidou de um amigo e teve Chicão. Para quem leu sua biografia, lançada alguns anos depois de sua morte, sabia a preocupação que ela tinha em colocar no papel que, se algo acontecesse com ela, a guarda de seu filho tinha que ser de Eugênia, sua companheira. Cássia foi uma mulher que viveu o seu tempo, seu momento aqui nessa nossa terra e nos deixou de presente o que ela tinha de mais maravilhoso: seu talento.



Tenho certeza que sua voz ecoará eternamente.

À Cássia, deixo um “obrigada” por sua breve, porém significante passagem por aqui.

“Bobeira é não viver a realidade...” Malandragem (Frejat e Cazuza)

Segue abaixo uma compilação de suas músicas com 95 vídeos, que encontrei no youtube.
Vídeos



By: Patty

1 comentários:

  1. As Meninas disse...:

    Justa Homenagem .. Gostei.. Mas tenho uma coisa pra lhe contar, eu fui pro show e fiquei bem na frente que deu pra ver a Cueca verde da Cássia..KKKKKK...Pq calcinha daquela cor, nunca vi não..kkkkkk e dei altas risadas com esse episódio com meus amigos..rsrsrs

    Lulloo

Postar um comentário

Os Comentários para o Babado vocês deixem aqui Meninas

 
Meninas do Babado © 2011 | Designed by Ibu Hamil, in collaboration with Uncharted 3 News, MW3 Clans and Black Ops